PRIMEIRO CAPIXABA DA HISTÓRIA NO TETO DAS
AMÉRICAS
Saindo do
nível do mar, nas areias da Praia de Camburi aonde costuma correr diariamente,
o capixaba ultramaratonista de montanha Joao Vitor Novaes fez história no
ultimo dia 28 ao conquistar o cume do Aconcagua na cordilheira dos Andes.
A montanha
com 6.962 metros de altitude é o ponto mais alto da Terra excluindo os
Himalayas aonde está o Everest. Considerada o Teto das Américas o Aconcagua
ofereceu ao atleta um cardápio completo de desafios, nevascas com 35 graus
negativos, ventos de 70km/h, baixíssima umidade no ar e não esquecendo é claro
as características da alta montanha, baixa pressão e falta de oxigênio.
O atleta
conseguiu o feito em sua segunda tentativa, ele havia tentado em 2017 mas teve
que voltar exausto dos 6.700 metros, explica ele “em 2017 tentei o cume com apenas 7 dias de expedição, foi pouco, foi
quase irresponsável para quem mora ao nível do mar, o normal seria levar cerca
de 20 dias com auxilio de equipes, eu tentei sozinho, é o meu perfil, desafiar
o próprio corpo. Este ano eu acreditava ser possível fazer em 9 dias, seguindo
o mesmo plano mas dando 2 dias de descanso, mesmo com todas as dificuldades de
estar sozinho e carregar todo meu equipamento deu certo desta vez, fiz um cume
seguro, cedo, próximo ao meio dia e retornei em segurança ao acampamento, foi,
sem dúvida, a maior provação de esforço do corpo que passei em toda minha
carreira”
Apesar de
ter tido sorte com predominância de bom tempo na maior parte da expedição, o
que seria ainda baixas temperaturas em torno de zero grau e ventos
relativamente fracos de 50km/h, o atleta contou que passou por alguns momentos
de aflição, “tive dois momentos de grande
preocupação, o primeiro ao chegar ao acampamento 2, a 5.500 metros fui pego em
uma nevasca, garantir a segurança da barraca naqueles ventos eram incertos, a
aquela altitude qualquer pessoa toma a decisão de retornar, mas para o
Aconcagua era apenas mais um degrau. O outro momento foi no dia do cume, o sol
estava nascendo e quando íamos receber o calor dos seus raios, uma nuvem preta surgiu
literalmente do nada e se estacionou no cume da montanha, tudo ficou escuro,
tinha apenas uns 15 metros de visibilidade e a temperatura despencou para uns
35 graus negativos, tudo em mim congelou, os zíperes, cadarços, tudo, foi sem
duvida o momento de maior medo, decidi seguir em frente apostando que do mesmo
jeito que a nuvem apareceu ela podia sumir e assim foi.”
Dividindo a
vida entre os desafios e o trabalho como microempresário, Joao Vitor conta que
não tem planos para outras altas montanhas como o Everest, mas com um
repertorio de vários países e ambientes inóspitos podemos esperar mais dele “conquistar o Aconcagua foi mais uma provação
do limite do meu corpo, de experimentar estar sem oxigênio e do que sou capaz
de suportar na natureza, agora tenho um novo limiar do até onde posso ir quando
estiver em minhas corridas, foi um teste de autoconhecimento. Me sinto mais
tranquilo e mais preparado daqui pra frente”.
O próximo
desafio confirmado do atleta é a prova de montanha Insanity Mountain, aqui no
Mestre Alvaro em abril onde ele irá correr 33km subindo 3.300 metros ao total,
além disso ele planeja para o primeiro semestre cruzar toda a Serra da
Mantiqueira correndo com cerca de 150km e esta confirmado para cruzar as
montanhas Dolomitas nos Alpes Italianos em maio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário