segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Brasileiro de Corrida de Aventura - 3 Minutos


Este ano me dediquei muito ao Trail Run e a expedições de trekking. A poucos meses meu amigo de triathlon, Marcelo Rosa, me veio com uma proposta de montanha audaciosa para janeiro, topei na hora e marcamos um trekking na Serra Fina para pegarmos uma certa experiência e ver como a dupla funcionava. Passamos vários "perrengues" como tinha que ser e estávamos aprovados. Na volta pra casa recebo o email do Fabio, presidente da Confederação Brasileira de Corrida de Aventura. Dizia que estava classificado para a final desse ano e que a prova seria organizada pela Brou Aventuras na Serra do Cipó, que sonho.
Perguntei a Marcelo se ele topava fechar uma dupla para a prova porque seria um grande desafio mental, o que nos ajudaria e muito para Janeiro. Ele topo na hora e lá estávamos no último sábado dia 17/12 a beira da Cachoeira do Tabuleiro, na Serra do Cipó, para a largada.
Já era minha terceira tentativa de fechar essa prova de mais de 130km e 20 horas de duração. Em 2015 e 2014 desisti da prova quando não havia condições de seguir, seja por inexperiência, seja por problemas técnicos.
Com isso falei que devíamos fazer a prova tranquilos, o objetivo era nos submeter ao intenso desafio mental que esta prova aplica sobre o atleta, você está lá solto na natureza selvagem, sujeito a tudo, sem auxílio, tendo que descobrir o seu caminho, perfeito!
Largamos e estávamos tranquilos, o visual da Cachoeira do Tabuleiro, os maciços de pedra da Serra do Cipó são de uma beleza única. Eu sempre critico o interior no Brasil, pois as montanhas viram pastos, plantações de eucalipto e por ai vai, mas lá não. A montanha é selvagem, dela brotam vários rios e cachoeiras de água filtrada naturalmente por um solo de cascalho, argila e pedra. Lindo!


Mas voltando à prova, largamos e fizemos o primeiro trekking na parte baixa no poço da cachoeira e depois de vencer uma montanha saindo do canyon iniciamos a bike. Fiz ótima navegação nos mapas e apesar de não estarmos numa ótima colocação vínhamos felizes, nos sentíamos  bem. Passamos o Posto de Controle 5 bem e tínhamos pela frente uma parede de pedra de 800 metros de altura percorrendo ela em 3km, um altíssimo grau de inclinação que resultou em 3 horas de muito sofrimento. Em um certo momento cruza pela gente o conhecido Brou Bruto, Thiago Drews e manda o conhecido grito: "Bruto demais! Sem fingimento! 100% pedalável!" Estávamos num empurra bike mas não nos preocupávamos com performance, nosso objetivo era brutalizar a mente e não o corpo. O terreno era tão selvagem que num momento em um simples movimento, meu pneu encontrou uma pedra afiada e simplesmente rasgou. Perdemos 30 minutos no conserto e seguimos em frente. Chegamos ao alto da montanha, pedalando na crista da Serra a vista foi recompensadora, estava um pouco nublado e com névoa o que deixava o ambiente mais selvagem, puro, limpo e de uma imensa paz. Apesar da lama, pedalava bem e Marcelo ficou um pouco pra trás, aproveitei para pegar o race book e verificar o horário de corte no inicio do trekking, dizia 17:00hs, meu animo veio abaixo. Eram quase 16:00 e tínhamos que cruzar a montanha e depois passar estradas numa difícil navegação por 20km, seria impossível mas Marcelo disse "eu acredito". Descemos forte e aos poucos alcançávamos as equipes que haviam nos passado quando rasguei o pneu. Navegando sem muita certeza e com muita força, fomos ultrapassando todos até chegar a Área de Troca as 17:03 quando o corte era as 17:00.
                                     
Por um momento fiquei feliz, porque a largada havia atrasado em 9 minutos era perfeitamente normal e esperado que fizessem o mesmo com os cortes. Nada disso, irredutíveis, a organização disse que estávamos cortados depois de 9 horas e 3 minutos de prova, aliás não, depois de 8 horas 54 minutos de prova, o que nos daria direito a prosseguir mas não foi o que aconteceu.
O procedimento era seguir de bike direto pra canoagem, depois fazer os últimos 20km da prova. 
Olhei pra Marcelo e a tristeza tomou conta, não discuto mais fervorosamente com as organizações de evento, expus meus argumentos e eles não acataram, disseram que "melhor assim, não era pra ser" . Não gostei mas acatei, não iria seguir para a canoagem, a prova pra mim tinha acabado, eu não preciso da organização para estar na natureza, a ideia da prova era curtir e participar de um desafio junto a outros competidores, já não me sentia mais em igualdade e seguimos o rumo de casa.

Nas provas de corrida de aventura, desistir não significa relaxar e tomar um banho, você é autossuficiente, então para chegarmos em casa, no caso, nossas barracas no camping, tínhamos a missão de 50km de estrada pedalando. No caminho para casa uma grata surpresa, no povoado de Ouro Fino paramos em um bar que havia uma Kombi de frete na frente, perguntamos de quem era mas o dono não estava lá, nisso pedimos ajuda e apareceu o Dimas, um sujeito bacana que pegou sua caminhonete em casa e disse que iria nos levar para o distrito de Tabuleiro onde estávamos, tivemos uma ótima prosa mineira no caminho. Dimas contava da sua interessante vida de uma pessoa que vivia para o trabalho em BH e largou tudo para voltar a morar no povoado onde nasceu com a família. 11 anos depois, disse que não se arrepende e a esposa não quer sair de lá por nada. Fiquei feliz em conhecê-lo, prova de que vale a pena estarmos "vivos" como ele disse ao invés de estarmos na rotina das grandes cidades.

Chegamos, 21:00hs da noite, tivemos uma boa refeição, falamos com os familiares e fomos dormir. A todo momento aquela mistura de pensamentos vinham a mente, tive várias análises e como disse nosso amigo de prova, um baiano, "vence aquele que tem menos "se". Se não tivesse rasgado o pneu, se tivesse feito uma parada 5 minutos mais rápida para comer, se se se...

De qualquer forma estava feliz, a experiência nos fez mudar algumas idéias e o bate papo com outros aventureiros nos fez mudar a estratégia do desafio em janeiro. 2017, estaremos lá de novo!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Resumo de Prova OSJ 50K Mount Adatara Japão


É isso aí! Vamos nós representar a bandeira do Brasil em mais um canto do mundo! Desta vez a prova escolhida foi a OSJ 50K Mount Adatara. Como sempre os organizadores locais entraram em contato para saber se eu estava vindo mesmo do Brasil, se eu sabia sobre o que se tratava a prova, pois desta vez era o ÚNICO atleta estrangeiro na competição, junto com meu parceiro Pablo.

No dia do congresso foi bem legal, o prefeito da cidade Dakeonsen teve a mesma reação e fez questão de conversar com a gente, muito bacana. Pudemos ver também no congresso que a marca OSJ tinha por assinatura realizar provas muito duras, assim esperávamos.

Dia seguinte, largada as 07:00am tivemos uma grande sorte pois a previsão do tempo dos últimos dias era de chuva forte nas montanhas mas acordamos com o clima muito nublado, mas não parecia que teríamos chuva. Temperatura por voltas dos 14 graus, clima perfeito para a corrida!

Na área de largada também pudemos ver que o nível técnico da prova estava alto, dos 571 atletas inscritos, nenhum me parecia que estava tentando aquela modalidade pela primeira vez, ali pareciam todos experientes.

Largamos para os 45km, em 4 montanhas, chegando a 1800m de altitude na borda da cratera do vulcão Adatara.

A primeira subida foi forte e íamos todos em fila por o caminho ser todo em trilha, mas iam todos muito forte, por vezes era bom que forçava eu ficar com os atletas mais fortes, por vezes era ruim, principalmente nas descidas porque sentia que poderia render mais.

Quanto cheguei por volta do km 30 e íamos encarar a 3a montanha, me sentia um pouco fraco, perdi algumas posições nessa 3a subida, mas consegui me alimentar, fazer uma boa descida e chegar para a última montanha em melhores condições. Fiz uma boa subida e uma descida muito forte onde ganhei 8 posições nos últimos 4km descendo até a linha de chegada.

Sem dúvida uma das provas mais duras que já fiz, que tive bom rendimento, fechando em 37o lugar geral e 17o na minha categoria de idade mas que poderia ser dramática se enfrentasse um dia de forte sol.

VIAGEM DE DESAFIOS

A competição oficial havia terminado, mas no dia seguinte, fiz as malas e segui rumo aos Alpes Japoneses onde fiz uma travessia de 70km por 3 dias em alta montanha acim dos 3.000m de altitude.

Ufa, pra fechar ainda tivemos o DESAFIO MONTE FUJI, coloquei uma meta de subir e descer a montanha mais alta do Japão, correndo o mais rápido possível. Fiquei muito feliz com meu resultado, enquanto os turistas levam cerca de 8 horas para subir até o cume do vulcão do alto dos seus 3.787m e voltar, eu fiz o mesmo percurso em 2h40min, sendo até hoje o 13o melhor tempo já registrado pelo Strava e a descida em 55 minutos a mais rápida até então.

Veja aqui o vídeo da prova!

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Alpes Japoneses


Foram 3 dias, 60km, mais de 4.000mts de ganho de altitude e vários cumes conquistados. 
Os Alpes Japoneses são uma cadeia de montanhas incríveis, você basicamente faz uma enorme subida no primeiro dia e depois disso faz todas suas trilhas no topo das montanhas em seus ridge lines, então é incrivel porque voce tem a visao de todo o seu caminho 100% do tempo, um trajeto único pra mim até então. Vou contar um pouco da minha travessia de 3 dias.

1o dia - Takase Dam -> Suisho
Me hospedei em Omachi e o senhor dono da casa do Airbnb foi muito gente boa e me levou de manhã até a Nanakura Dam, uma represa. De lá, segui a pé pela estrada até a Takase Dam (pode pagar táxi). Chegando lá basicamente você enfrenta o paredão para atingir a altitude da cordilheira, foram uns 1.000mts só subindo muito íngreme. Nesse dia comecei com chuva mas ela parou, passei pelo Mount Eboshi (2.551m), Noguchigoro (2.924m) e terminei o dia no simpático Suisho Lodge (2.850), a chegada até ele no fim do dia foi tensa, íngreme, técnica, vento, frio e o dia quase se pondo. Paguei 5.500 pela hospedagem, eles não tem area de camping e a agua é muita escassa, tive que pagar 300 por cada 500ml. Mas bom lugar.

2o dia - Suisho -> Yarigadake

Esse foi O dia. Saí com uma previsão de chegar ao lodge do Yari as 16:00hs. Caminhada lindíssima a todo o tempo vendo o objetivo do dia, o Yari e lindas cordilheiras. Descobri depois que nao ia conseguir chegar ao Yari as 16:00 porque no caminho fui fazendo o caminho mais longo passando pelos cumes do Washiba (2.924m), Mitsumatarenge (2.841m), Sugoroku (2.860m) caminhando sempre em alta altitude. Valeu a pena! Quando fui me aproximando do Yari e vi o ridge line que teria para chegar até ele, pensei: não é possível que a trilha é ali, era um estreito ridge, muito ingreme e só de pedras.
Mas não teve jeito, 500mts de ganho me esperavam até a base do cume.
Quando cheguei eram 17:00 da tarde, ventava muito e o tempo fechava, estava tão excitado com a conquista e toda jornada do dia que simplesmente larguei minha mochila no chão e fui para o ataque do cume do Yarigadake, uma parede de quase escalada de correntes e escadas cravadas na pedra, de pouco mais de 100mts de altitude, um predio de 30 andares. Fiz voaaando. 15min depois o cume! UAU! Foi demais, gosto de dias nublados com nuvens, você tem a sensação de realmente estar nas alturas, lá estava eu a 3.180mts sobre as nuvens, muito vento, sensação de realmente tocar o céu, de por um momento não ser apenas uma pessoa de pé sobre pedras, mas de estar ali no alto do céu voando, transportado tendo aquela experiência. Show de bola. Desci, peguei uma área de camping, mas marinheiro de primeira viagem, sem isolante para o piso e saco de dormir, as 20:00hs o frio de 2 graus me venceu e paguei para dormir no abrigo.

3o dia - Yarigadake -> Nakabusa Onsen

Dia da descida, meu plano era caminhar rápido e conseguir chegar até perto da área da cidade até umas 17:30 e dar um jeito de chegar a estação de trem.
Disseram que não era possível, para os normais hehhe. Vamos lá, a descida do Yari fiz pelo outro lado e foi tão fantástica como a subida, uma linha de ridge line até o Nishi-Dake (2.758m) que quando você olha depois você não  acredita que passou por ali,
saindo da parte alta caminhei grande parte do dia mantendo os 2.500mts de altitude, passando pelo Otenjo Dake (2.922m) tudo ia no programado e rápido. Quando cheguei ao último lodge de alta montanha, o Enzan So, haviam mais jovens e tomavam cerveja, não resisti, parei para um chopp,
o de despedida para iniciar de fato a descida. 1.000mts de descida em 5km, muito cansativo, minhas pernas tremiam mas ao final cheguei num local de termas, a Nakabusa Onsen.
Para minha tristeza o último ônibus já havia partido e 20km me distanciavam da cidade, impossível fazer aquilo, pensei em montar a barraca já que ali não fazia muito frio mas desisti, resolvi me hospedar na termas e foi show! 6.400 ienes e pude aproveitar um banho de aguas termais naturais em ambiente fechado,
perfeito como recompensa da travessia. Boa noite de sono, aproveitei a manha e conheci mais das termas, comi ovo cozido na agua termal
e peguei o onibus para a estação de trem.
Chegava ao fim a jornada incrivel dos Alpes Japoneses.


Ainda não tenho grande experiência de altas montanhas, então não sei dizer se este lugar é único no mundo na caracteristica de voce estar ali sempre caminho no topo das cordilheiras das montanhas, sempre pelo caminho mais dificil, mais lindo e mais alto, mas o que sei é que foi uma experiência única! Valeu demais! Arigato! Agora é vamos a conquista do Monte Fuji.

Essas foram as fotos...tem 1 hora de videos kkkk, vou arranjar tempo pra editar e postar!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Japão - 1o Dia - Dakeonsen


Depois de uma boa noite de sono, não tenhos problemas com fuso horário, então 22hs hora local, 10 da manhã no Brasil eu deitei normalmente ao estilo japonês em quarto com tatame e paredes de madeira e acordei com o sol entrando no quarto. O dia melhorou, algumas nuvens mas sem chuva, parece que o tempo ir;a melhorar.


O John me deu uma dica de um local onde poderia ter uma vista legal, decidi ir até lá correndo e almoçar lá. Quando fui sair vi que havia um caminho mais de interior, de trilhas ou estradas menores, resolvi pegar ele.


3km de corrida pelo interior e pá! Caio numa estrada abandonada cheio de mato alto pelos dias de chuva e tome de cortar mato....que perrengue já de cara, essa doidera me persegue.


No caminho marcado deu em beco sem saída! Volta rasgando o mato e catar outro caminho.

Depois de uns 7km e dúvidas cheguei ao local da vista, como cheguei pelo outro lado da colina fui parar num parque abandonado.


Que lugar louco, havia uns brinquedos, lojas, lanchonete, tudo fechado e abandonado, cenário total de filme de zumbi, uma coisa muito louca, curti muito.


Achei o local da vista, mas preferi voltar pro parque, sentei num banco e fiz meu almoço. Um Guioza que tinha comprado no dia anterior, show de bola!

Pra voltar, tomei a estrada que o John havia dito e cheguei na rua central do vilarejo, tudo num ritmo mega lento e pacato.

A todo momento vistas do Monte Adatara e deu pra sentir que a coisa por lá não vai ser fácil no domingo.

Link da Corrida de hoje

Dakeonsen Corrida Pre Prova

Link para assistir os videos de hoje!



Se você quiser acompanhar todos os meus passos no Japão, pode clicar nesse link aí embaixo, estou usando um rastreador via satélite SPOT GEN3, importante pra quem faz essas aventuras sozinho, qualquer situação de emergência, basta eu clicar um botão de SOS e via satélite uma central internacional de resgate recebe o chamado e aciona os serviços de resgate daonde eu estiver.

Link para me rastrear no Japão

Tarde para descansar.


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Balanço Olímpico Rio 2016 x Projeto Rio Maior



O Projeto Rio Maior foi iniciado em 2011 e foi o maior investimento em alto rendimento que o triatlo brasileiro já viu. Mas e aí? Deu certo?

Essa semana o diretor técnico da Cbtri, Marco La Porta disse que sim, “...foi um caminho que a CBTri ofereceu aos seus atletas e deu certo” . 

Ele ainda rebateu críticas de comparação dos resultados com os dos, até hoje, ídolos do esporte da década de 90. “Muitos se referem aos resultados obtidos na década de 1990, alegando que eram superiores, mas se esquecem que o triathlon não era esporte olímpico, portanto, o investimento das grandes potências olímpicas era pequeno”. “ Após 2000, ficou muito mais difícil. Nós sabemos o caminho, temos profissionais capacitados, podemos chegar nas medalhas sim, mas o mais importante é a constância em resultados internacionais. Precisamos ter mais atletas frequentando o Top 10 das principais competições, em todas as categorias”

Bom, pelo que entendi pouca coisa irá mudar, parece que o projeto Rio Maior será reformulado e adequado as realidades financeiras do país, o que será que nos espera pra frente?
Bom, eu não vou direcionar críticas, diferente do que foi dito na nota do site da Cbtri, eu irei mostrar alguns números.

Primeiro vamos à análise dos resultados do projeto quanto a participação brasileira na zona de classificação olímpica.

Vocês veem alguma evolução? A única mudança é que tivemos Pamella figurando sozinha no feminino, principalmente porque ela “começou” a correr no circuito mundial, e não porque melhorou posições.
Vamos aos rankings individuais, dos atletas olímpicos.


Veja só, Pamella claramente teve seu pico entre 2012 e 2014, já no ano antecessor a Olimpíada e no próprio, vertiginosa queda, mas o projeto não tinha foco em 2016?  O mesmo ocorreu com Diogo.
Aí o diretor técnico disse que não podemos comparar com os resultados da década de 90, os atletas de 90, competiram nas olimpíadas de 2000 e 2004 “quando já estava mais difícil”, vejamos os resultados ao longos dos anos.

                             

Fica claro que não só os resultados foram caindo de posição, como também e mais grave o numero de participantes da delegação brasileira caiu.

Gente, 6 anos se passaram e está claro que não “deu certo”, a participação da confederação nas provas nacionais foram quase inexistentes nesse período, o Campeonato Brasileiro tem etapa única, o de Longa Distância também e há anos no mesmo local, o de Cross Triathlon simplesmente não aconteceu em 2016 e todos esses anos não sediamos nenhum evento do circuito de World Cup ou WTS da ITU.

Tudo isso está diante da gente e se repete o discurso de 2011? Reformular, sabemos o caminho, estamos no caminho certo, a luta não será fácil, estamos orgulhosos dos nossos resultados, demos tudo que podíamos, não estava me sentindo bem no dia, não era o que eu esperava.......ninguém percebe que o discurso é o mesmo e não chegamos a lugar nenhum assim?

Não da pra dizer que o resultado não foi o que planejei ou que ficou longe do que era esperado, baseado em que se esperava mais? Se ficarmos acreditando que podemos fazer resultados impossíveis, não iremos enxergar nossas falhas e poder consertar. Não tem como afirmar que “estamos no caminho certo”. 10 anos provam que não!

Pamella fechou o evento teste do rio em 2015 com 02:02 e a Olimpíada com 02:04, se repetisse o tempo seria a 30ª colocada, esse era o esperado? Faz mais de 2 temporadas que ela não conseguia sair pra correr no primeiro pelotão quando esse tinha 15 ou menos atletas, ou seja, uma fuga ocorreu. Porque achar que na Olimpíada isso seria possível? Porque ficar surpreso com o rendimento dela no ciclismo se havia sido assim há varias provas?

Diogo infelizmente o mesmo. A natação fora do grupo dos primeiros sempre o pós no segundo pelote onde disputaria do 15º lugar pra baixo, quando temos um imenso pelotão seu melhor resultado nas ultimas temporadas foi um 19º lugar em Yokohama 2015 quando correu pra 31:25, se tivesse repetido essa corrida no Rio, teria chegado em 35º lugar.

Gente, pelo amor de todos os Deuses, eu não quero ficar diminuindo os méritos dos dois, Pamella é uma guerreira que poucas vezes vi igual, o que ela fez em Londres depois da queda, a expressão no rosto dela sempre, simplesmente é lindo! É pura garra, muito orgulho disso e dela ser da minha terra. Diogo também, sou da mesma geração, ele e Reinaldo são os únicos que deram certo, são pais, são os guerreiros solitários e enfrentam o que tiver, excelente postura de fair play e pessoas maravilhosas, exemplos a serem seguidos.

Mas, temos que entender que esse era o resultado esperado, se queremos algo diferente, temos que mudar o que estamos fazendo e não manter o mesmo discurso. Tivemos a menor delegação olímpica de toda a história, e os piores resultados. Vamos realmente dizer que deu certo, cortar um pouco os custos dizer que o objetivo é “bonito” e seguir em frente com a mesma formula???

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Leeds confirma a expectativa de festa e a volta de Alistair!


Já fazia anos que o projeto de levar uma etapa da WTS era visto com muita expectativa, para os irmãos Brownlee foi como a preparação de um ciclo olímpico, se assim foi, Alistair ganhou outra medalha de ouro com maestria e muito muito merecido numa festa maravilhosa do público. Vamos aos comentários.

Começando com as meninas, tivemos de volta Flora Duffy que mais uma vez mostrou ser a “game changer”, estou ficando repetitivo mas ela sempre tem algo novo para nos mostrar, nos ensinar. Dessa vez a natação formou um grupo forte de 10 mulheres na saída da água, mas a transição e início de pedal de Flora foi algo a mais, foi demais!

Acompanharam ela, as britânicas, HollandStimpson e Stanford? Não, Learnmonth e Lucy Hall acompanharam o Trem das Bermudas. No grupo de trás estavam as fortes, HollandStimpsonGwenMoffatKlamer, o time todo. Mas a distância só aumentava e por vários momentos houve um “dialogo” no grupo de frente onde em um jogo de equipe as britânicas tentavam diminuir o passo, Flora não teve outra opção a não ser pedalar “sozinha” com as 2 britânicas voando em volta dela tipo mosquitos sabe? Flora só olhou pra frente e pedalou! Pés no chão, Flora saiu pra correr com 1’40” de vantagem para Gwen, como ela disse ao final da prova “sair pra correr com a Gwen vindo de trás é sempre algo aterrorizante”, e não é pra menos, Gwen e suas passadas largas fizeram mais uma vez uma corrida incrível e antes de fechar os 7km Gwen já liderava a prova.
Ficou claro qual vai ser a jogada no Rio, Flora já não é mais novidade e quem estava lá assistindo a prova era Helen 
Jenkins, que torce para ver a cena de Gold Coast se repetir no Rio, ela e Flora escaparem da Gwen, abrir uma vantagem suficiente para a medalha de ouro, as apostas para o Rio começam a rolar!!!!

Na prova masculina um desfile dos irmãos Brownlee que correram não só com o físico mas com o coração, igual uma prova de olimpíada. Assim como na prova feminina um grupo com os mais fortes se formou na saída da água e a transição foi novamente crucial no resultado da prova, é lindo ver todos os detalhes do triathlon sendo decisivonos resultados. Com a sede de sempre Alistair saiu da transição muito forte seguido de Aron Royle e Aurelien, eles iam abrindo e deixando pra trás um pequeno grupo com Gomez, Jonny e Varga que foram mais lentos na T1. Aí chega o momento decisivo na prova, Jonny não quer perder o grupo do irmão e larga Gomez pedalando muito forte num ataque, Alistair a frente diminui o passo e espera a chegada do irmão. Foi incrível ver como Gomez não reagiu naquele momento, foi tipo uma chance de saltarde um trem sabe? Sei lá, passou o momento e depois não tinha mais o que fazer, o sonho estava perfeito, os irmãos Brownlee escapados a frente com mais 2 bons ciclistas indo em direção de retorno ao centro da cidade para os braços do público.
E assim foi o plano perfeito, 7 voltas no centro, abrindo cada vez mais a vantagem, até chegar a T2 com 2’10” a frente! Já era certo que as crias locais levar
iam a prova, restava saber quem ia ser. Com 1km de prova na corrida, Alistair respondeu, começou a abrir mostrando uma corrida um pouco diferente, com uma passada um pouco mais larga e mais estável, menos daquele garoto correndo nas pontas dos cascos 110% a todo o tempo. Deu certo, colocou uma confortável vantagem no irmão, ficou nos braços do público e seu irmão como herdeiro veio em segundo. Fechou o pódio o Australiano e Gomez com a melhor corrida do dia mas o único que teve que sofrer tanto.
Após a prova Gomez admitiu que foi um erro a ser aprendido, acho que o mérito é todos os irmãos 
Brownlee, quem busca o esforço máximo o tempo todo, quem busca a perfeição de andar forte nas 3 modalidades do triathlon sempre em algum momento irá alcançar feitos magníficos. Calma, calma, estou menosprezando Gomez não, ele mesmo disse também “é bom ver a performance progredindo, e espero chegar no Rio como planejado”.  A “Road to Rio” vai chegando ao final e as expectativas só aumentam!

Em resumo, vimos mais algumas cartas sobre a mesa para o Rio, mas ficou claro que no feminino a briga será de Gwen com as britânicas com a Flora misturando isso tudo aí, não esquecendo que lá ela terá sua companheira de ferrovia, Nicola Spirig, o trem suíço que virá de trás trazendo quem conseguir embarcar.

No masculino tivemos até agora dois times separados jogando, os velocistas Mola e Murray e Gomez e Brownlee. Quando juntar todo mundo vai ser briga boa!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Leeds traz prévia da Olimpíada este final de Semana!

E finalmente a WTS chegou a Leeds. Foi ano passado quando a ITU confirmou a cidade como uma das etapas do circuito mundial que os irmãos Brownlee comemoraram como uma medalha olímpica! Leeds para eles é algo muito importante, onde mora, onde estudaram, Jonny é fissurado no time da cidade de Rugby. A cidade também passou a ser o centro de treinos para a dupla inseparável Stanford e Holland. Mas vamos as brigas!


Prova Feminina 
Muitas curiosidades de quem larga, o time britânico não tem a presença de Helen Jenkins, a terceira selecionada para o Rio, mas vem Jodie Stimpson que parece estar faminta pelo título de 2016 depois de ter ficado fora dos jogos, será que estão evitando conflitos? Não importa, a briga vai ser boa demais, Gwen Jorgensen enfrenta Stanford que na minha opinião é a principal ameaça na medalha de ouro, jogos de equipe podem começar a ser observados aí. Pra temperar e deixar o cenário mais parecido com o dia do Rio, volta às provas a "game changer" Flora Duffy que pode atrapalhar várias estratégias de times voando baixo na bike. O principal ponto a ser observado será ver se Jorgensen terá uma prova fácil ou as coisas vão esquentar e muito até o Rio. Fechando o bonde estrelar, teremos todas as coadjuvantes de peso, Hewitt, Moffat, Sarah True e até minha querida chica Barbara Riveros. Agora só pra fechar, imagina se Stimpson ganha? Vixi, gosto nem de pensar.

Prova Masculina

Aí é nitroglicerina pura! O time olímpico britânico vem completo com o terceiro participante Benson e já poderemos ver algumas táticas de equipe, do outro lado Gomez volta a campo sem sua esquadra espanhola com a ausência de Alarza e Mola. Se a rivalidade entre Gomez e os irmãos já é boa, imagina em Leeds, Alistair não vai querer deixar essa vitória escapar de jeito nenhum, mas será que ele tem condições de evitar? Essa prova será ótima para vermos como está na hora do vamos ver a perfomance de cada um. Ah, e não posso esquecer da zebra do ano, que tem trazido emoção as provas, Kristian Blummenfelt, o jovem noruegues de 20 anos vem dando muito trabalho, veja as ultimas provas, bronze em Yokohama ficando 5km no cangote de Mola e bateu Jonny e Gomez no Grand Prix de Triathlon na França dias atrás. O cenário é total propício para ele repetir o feito.

Não perca de jeito nenhum a prova nesse final de semana assistindo através de triathlonlive.tv . Estarei fazendo comentários ao vivo pelo Twitter em @JoaoNovaes
Largada Feminina - Domingo dia 12 as 09:00
Largada Masculina - Domingo dia 12 as 11:45


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Parabéns! Você é um Ironman! .... Será?

Lew Hollander, 85 anos fechando Kona
Paula Newby Frasier a metros da
 chegada em Kona, "Eu acho que eu vou morrer!

Todo mundo já sabe do que eu vou falar, então quero deixar claro que não vou criticar diretamente
alguns dos Ironmans, mas sim as regras como estão, que na minha opinião precisam ser inovadas, adaptadas.

The Crawl
Desde sua criação o Ironman vem se tornando cada vez mais um produto que um estilo de vida. Uma vez na transmissão de Kona, acho que foi a atleta Pro Mary Beth Ellis que disse: "é muita dor, é difícil de explicar, todas as células do seu corpo gritam para o seu cérebro e te mandam parar, e aí está o desafio, seguir em frente e o mais rápido possível, para a dor passar mais rápido." Para mim, pelo menos, essa é a frase que melhor define o Parabéns, você é um Ironman na chegada, é o mesmo que dizer, você venceu a si mesmo, você colocou o seu corpo no limite e venceu.

Mas, nem tudo são flores, os organizadores viram a oportunidade, pegaram a fórmula deste
sentimento, rotulou, e hoje é fabricado, industrializado e vendido pelo mundo todo a preços cada vez maiores! Resultado? Hoje você não precisa mais levar a sua mente ao limite para ser um Ironman, basta você comprar e usar! Aí vem a pergunta, isso é ser um Ironman? Na foto temos um atleta da categoria 35-39 anos fantasiado de Flash cruzando a linha de chegada com 15:35:00. Esse atleta correu, aliás não, andou a maratona para 6:37, isso é um pace de 9'27" p/km. Pessoal, o que é ser um Ironman? É NADAR 3,8km, PEDALAR 180km e CORRER 42km. É óbvio que a imensa maioria, quase todos não correm a totalidade da maratona, mas quando não o fazem buscam esse objetivo o tempo todo. Eles não ficam caminhando no asfalto, no plano, numa temperatura amena no cair da noite sem preocupação.

Pois é, exatamente aí está o meu ponto, para um atleta, grosseiramente falando, de até uns 45 anos não há qualquer preocupação em correr, em vencer a barreira psicológica da dor, porque eles tem muiiiiito tempo para chegar e ser um Ironman, eles já pagaram.

Agora vejam só, chega o jovem atleta de 30 anos, as 16 horas de prova, saltitante, fantasiado e logo 5 minutos depois chegam 3 senhores na média de 65 anos. Nenhum preconceito, existem vários "coroas" que dão na minha cabeça, mas na minha opinião, beira a falta de respeito dizer que ambos são igualmente Ironman.

Vamos a alguns números interessantes.

Floripa 2016 - 1503 Ironmans
* Acima de 15 horas -- 58 atletas, 3,8% do total
* Dos 58, apenas 18 possuem mais de 50 anos
* 40 atletas entre 18 e 40 anos terminaram acima de 15 horas
* Destes 40, apenas 10 fizeram a maratona abaixo de 6 horas

Ou seja, esse pessoal é um Ironman? Eles caminharam, brincaram e "curtiram" o dia e ao final receberam um título que quando falamos no inicio do texto tem um significado totalmente diferente.

Bom, minha avaliação foi muito superficial, quero deixar claro que em nenhum momento quis ofender o tal "Flash", apenas o tomei como exemplo porque não tinha como ser diferente. Meu único intuito é mostrar que nós atletas temos o poder nas mãos, fomos nós que transformamos essa marca em uma indústria de dinheiro, ao final, somos clientes e deveríamos exercer nosso poder de barganha. Eu penso que horários de corte proporcionais as faixas etárias seria algo inovador, faria uma limpa de quem não vai pra lá com objetivo real, diminuir o numero de competidores, oferecer melhor estrutura, principalmente no espaço para ciclismo e consequente diminuição do polemico Vácuo, que não podia deixar de mencionar.

Edição, 02 de junho as 15:30.

Postado no face, foi muito legal o resultado e os pontos levantados. Não podia deixar de registrar a sugestão da Karen Riecken. Ela disse que uma mudança seria exigir dos atletas um curriculo prévio de outras competições ou tempos nas mesmas. Achei isso muito bacana, como ela mesma disse você pode se preparar 1 ano e no dia ter um problema que te colocaria no corte da prova, mas que você queria terminar mesmo assim, com a idéia dela quem estivesse na largada no dia da prova é porque comprovado merece estar ali, bacana!

Bom, os falou João Vitor Novaes, 19 anos nesse esporte maluco do triathlon, que relutou para se inscrever em Floripa por não concordar com tudo isso, mas que cedeu à pressão dos amigos em 2013, fechei pra 11:07:00, sofri demais e não pretendo voltar, sabe porque? Porque você não precisa comprar de uma marca o selo de superar um desafio, eu levei meu corpo a um limite muito mais extremo em outras oportunidades e não existem rótulos para estes momentos, eles são meus e assim deveria ser com todos, porque um dia foi assim!

terça-feira, 17 de maio de 2016

Avaliação Xterra 60km Trail Run Endurance Ilhabela


Aí você olha essa foto e ela parece com todas as outras que você já viu do Xterra em Ilhabela e pensa "nossa essa prova deve ser animal", se você for pro google maps e ver como Ilhabela é então, você pira de vez, simplesmente não tem quase nada plano e tudo tomado por selva fechada.
RAAAA Pegadinha do Malandro! A prova foi pura decepção, no percurso principalmente, mas em vários outros pontos e acredito que especialmente em nossa prova dos 60km. Prometo que não vou me alongar muito então vamos ao nosso método tradicional de avaliar.
Se tiver com preguiça de ler a avaliação, no final tem o vídeo que mostra bem o que rolou!

PREÇO - NOTA 5

BAAAAMMM REPROVADA! R$ 341,00 foi o valor. Mais barato que uma Indomit ou APTR mas na mesma linha, camisas caras para desfilar pros outros e uma mega medalha, sobrou propaganda e faltou pensar no espirito do esporte, eu não quero camisa, eu quero natureza!!!

PERCURSO - NOTA 0


Quando comecei as avaliações nunca achei que iria dar uma nota zero para percurso tendo o país que temos e ainda por cima no caso de Ilhabela, um paraíso de mata fechada no mar e ainda completamente acidentado. Quando vi o percurso e fotos antes de ir para a prova tive a mesma impressão que escutei todos terem que nunca fizeram a prova, vai ser duro e irado! Ledo engano! Nosso percurso tinha 60km, se via no mapa que o inicio seria em área urbana colado na encosta, mas teríamos que atravessar para o outro lado da ilha pela mata até chegar a uma praia selvagem e depois voltar.......aaaa que ingenuidade. Dos 56km reais, posso dizer que uns 6km foram de singles, sendo que parte deles eram aqueles de barranco nos fundos de casas, tirando esses breves momentos foi asfalto, calcamento, estrada de chão e pasmem, cruzamentos e ciclovia. 
Posso resumir rapidamente? Vamos la!

DESCRIÇÃO DO PERCURSO -  Largamos e calcamento por uns 3km, entramos numa trilha (muito limpa, destinada a passeio local) e depois de breves 800m saímos dela, corremos um pouco dentro do mato, e saímos. Do km 4 até o 12 foi puro calcamento e asfalto, iria começar o trecho coberto de mata no mapa e chegávamos a portaria do Parque. Uma trilha de cara, mas novamente trilha de passeio, limpa, com escadinha e ate corrimão. Ainda assim, uns míseros 2km e caímos em um estradão que seria a nossa casa, sim, pasmem, com tanta mata em volta, corremos uns 40km de IDA E VOLTA nesse estradão. Na ida, fomos tranquilos, descemos para a Praia de Castelhanos, linda e no momento vazia, ponto de hidratação e voltar toooodo o já conhecido estradão, mas dessa vez dividindo a pista com os jipes de turistas que passavam com tudo. Mas calma, toda desgraça é bobagem, quando saímos do parque no km 43 fomos para o lado oposto da largada fazer o final do percurso da bike do triathlon. Que brochante, era por volta de meio dia e passamos por bairros, casas e todos os moradores la fazendo seu churrasco sem entender o que eram aqueles malucos, muito estranho, começava ai a sensação de abandono. Passado esse trecho la pelo km 46 entramos numas colinas onde tivemos a PRIMEIRA OPORTUNIDADE DE VISTA PANORÂMICA e até deu uma descontraída, mas quando estávamos pegando o gosto acabou. Km 50 e rumo de casa, passando novamente por ruas, avenidas, ciclovias, cruzamentos sem policiais ou staffs, nesse momento FICOU MUITO CLARO COMO ESTÁVAMOS ABANDONADOS NA PROVA e olha que nem estava na rabeira da prova. Reta final e que linha de chegada, você ao menos imagina uma festa né? NADA, chegamos pela ciclovia, não havia staff ou indicação e tive que gritar onde era a chegada para me indicarem e passar pelo meio das pessoas que nem davam atenção e eu entendi o porque, quando cheguei o locutor dedicava toda a atenção para a prova de SUP que estava rolando, cheguei no anonimato completo e pasmem, tive que ficar em pé esperando debaixo do pórtico para que conferissem todo o material obrigatório para depois poder ir para a tenda de hidratação!

AMBIENTE - NOTA 5

Bom diante da narrativa da prova acima nem precisava dizer como estava o ambiente né? Todos os corredores que troquei posições estavam assim, desanimados e decepcionados com a falta de criatividade em montar o percurso, com a oportunidade de uma linda prova jogada fora. O ambiente era de decepção com uma falsa promessa. Alguns staffs mal humorados, outros gente boa, mas longe daquele clima de excitação! Eu fui duplamente afetado pois estava inscrito no triathlon e troquei para o triathlon e me cobraram 223,00 reais para isso sendo que o preço da inscrição era o mesmo, disseram que era porque tinham que cancelar e fazer uma nova inscrição. Quando fui pegar meu kit, nada disso, meu nome não estava na lista, esperei a responsável e ganhei um envelope de atleta não registrado. Na minha opinião o Xterra é uma festa que tem o objetivo de passar uma imagem que "engana" a muitos, mas a experiencia não costuma ser boa, já existe a fama de provas como Búzios e Noronha onde teve de tudo ate cortar caminho e a organização fazer simplesmente nada. Nada importa, apenas a festa e os sorrisos. Por falar em organização, um membro que me acompanhava ate um medico, me perguntou da prova, falei a real rapidamente, ele tomou meu numero mas ainda não recebi contato, depois disso e tanta decepção, tinha que fazer um desabafo, eis que vejo Bernado, o  manda chuva do Xterra, ele esta la dando a atenção para a prova do SUP, espero um momento oportuno e o chamo rapidamente e faco um rápido desabafo:

JV- Bernado, poxa que prova foi essa? 60km com mais de 50km de estradao?
Bernardo- o que? impossivel, Ilhabela nem tem 50km de asfalto
JV- eu nao falei asfalto, eu falei estradao, com tanta mata em volta da gente corremos o tempo todo por estradao e ruas de bairros
Bernardo - mas voce queria o que? que eu colocasse mais trilha? se eu tivesse colocado você não chegava!

Nesse ponto encerrei a conversa, nao me considero o bam bam bam das galaxias, mas 19 anos de triathlon e 3 de trail run, com 4 provas internacionais acho que me da o direito de saber o que eh e o que não eh uma prova bem feita e feita com carinho.

RESUMO - NOTA 3,33

Nem precisa dizer mais nada ne?

PONTO FINAL!

Deixo claro que meu objetivo com estas avaliações é manter registrado e ao alcance do google informações sobre provas, se eu tivesse lido um relato deste antes de Ilhabela, sem duvida teria desistido.

VÍDEO DA PROVA

Peço desculpa, mas a volta da prova era pelo mesmo caminho da ida e nem tive vontade mais de filmar, o final também foi palha e a chegada nem se fala, mas a decepção era tanta que deixei pra lá.







E AINDA TEMOS PARA 2016
- POLENTA TRAIL 28KM / ES
- GROUND ZERO 34KM / ES
-VELEBIT TRAIL 44KM  / CROACIA
- MARATONA DOS PERDIDOS 44KM
- 50KM POWER BAR ABATARA / JAPAO

terça-feira, 12 de abril de 2016

Avaliação Indomit SP 50km



Fala doidera! Então, como disse no post anterior, vou estar sempre fazendo avaliações das provas em 3 quesitos: PREÇO, PERCURSO E AMBIENTE. Vamos falar então da Indomit?

PREÇO - baaaaam! Reprovada! NOTA 5! A prova dos 50km foi R$ 450,00. Ah o kit era ótimo? Sim, 2 camisas tecido Santa Constancia, mega medalha e viseira. Dou  valor? Nenhum! Doei tudo! Preferia que fosse 200,00 e eu fizesse 2 etapas! Quanto a organização, perfeita!!! 

PERCURSO - NOTA 6. Porque? Essa foi dificil, porque num percurso de 50km naquela região corremos muito, muito em estradão, eu diria uns 70% da prova. Mas as vistas eram lindas, então deu uma compensada. Teve um single de mata virgem bem travado e desafiador e do km 40 ate a chegada valetas e pastos que foram tensos!
Eu diria que se tivesse aproveitado ao maximo a região daria uma nota 9, mas é muito claro que várias trilhas não foram aproveitadas e a Pedra do Baú ficou só no horizonte!

AMBIENTE -NOTA 10! Fui, cheguei, larguei e vazei muito rápido, mas ficou muito evidente que o clima era DEMAIS! Congresso técnico, jantar de massas (pago), premiação a noite. É claro que é uma prova projetada para você aproveitar tudo isso, se hospedar na cidade, passear. Não fiz isso, me arrependo e a proposta é ótima. Ah, não esquecer dos staffs, nota mil. Gostei da idéia inteligente de os staffs laaaaa do meio do percurso serem moradores próximos, assim estao ali de boa e ainda participando.

MÉDIA - 7. Poooooo bateu justo pra passar direto hein? Em resumo, mais uma vez uma prova que não prioriza o que eu gosto, trilha de verdade e pronto! Um conceito de prova com inscrições caras que você vê o retorno no kit, na estrutura, na programação, enfim, coisas que eu colocaria em segundo plano. Mas sim, vale a pena! A INDOMIT FAZ VOCÊ SE SENTIR MUITO BEM NO ANTES, DURANTE E DEPOIS DA PROVA! E isso é muito importante!

Abaixo seguem meus videos da minha prova. Sem muito treino, teve um sabor especial porque foi uma bela batalha mental do km 40 até o 50km! Gostei!


 VIDEO 1/3

 VIDEO 2/3

 VIDEO 3/3